A curva das emoções

Os nossos reflexos reptilianos e o sequestro da amígdala são um legado da evolução biológica e, portanto, têm milhões de anos e têm sido úteis na hora de promover a nossa sobrevivência face a situações perigosas. Embora riscos de vida ou morte não aconteçam a cada instante no nosso dia a dia moderno, ainda acessamos inúmeras vezes este tipo de reação automática a cada dia. Basta para isso, que algo ameace a nossa autoimagem, a nossa reputação, entrave a nossa visão de mundo, os nossos planos atuais ou futuros, os nossos valores e princípios. E quando isso acontece, desencadeia em nós um processo amplamente conhecido e estudado pela psicologia que iremos chamar de curva das emoções.

O mais espetacular é que não precisa de fatos externos reais para desencadear a curva. Às vezes basta uma interpretação precipitada das palavras do outro, ou ainda uma suposição.

Independentemente dos motivos que levaram à expressão da curva, na primeira metade em laranja da figura acima, o fato é que a pessoa não escuta, ela apenas extravasa da melhor maneira que ela pode o excesso de emoções acontecendo dentro dela.

O estudo da curva levou-me a um grande ensinamento, uma vez que a agressividade do outro resulta da dificuldade dele de lidar com os fatos reais ou imaginários dele, não tem por que eu levar para o pessoal suas palavras, mesmo que me machuquem e me firam. Elas são a expressão de um sofrimento do outro, e da sua dificuldade em lidar com a situação.

Cuidado! Isso não significa que me isento da minha eventual responsabilidade. Apenas me ajuda a entrar em empatia para poder acompanhar o outro até o lado verde da curva onde o diálogo é possível.

Pin It on Pinterest